Serra do Cipó & Caminho dos Diamantes (2013)


Minas Gerais - Brasil

Fevereiro/2013

Distância: 600 km

A equipe:

Paulo Rafael (Caloi Comfort)
Macelo Venceslau
Daniel Bretas (apenas dois dias)

Três amigos e ciclistas de Recife, Pernambuco - Daniel Bretas, Macelo Venceslau e Paulo Rafael - decidimos fazer este trajeto durante os feriados do Carnaval de 2013, do dia 8 ao dia 17 de fevereiro de 2013.

Nosso objetivo era pedalar do Aeroporto de Confins em direção nordeste, cruzar a famosa Serra do Cipó, e daí começar a descer para o sul pelo Caminho dos Diamantes da Estrada Real, até chegar em Ouro Preto.

Resumo:
- Primeiro dia: do Aeroporto de Confins até Jaboticatubas - 55 km.
- Segundo dia da cicloviagem: De Jaboticatubas até Santana do Riacho - 62 km.
- Terceiro dia de viagem: de Santana do Riacho até Congonhas do Norte - 63 km.
- Quarto dia de viagem: de Congonhas do Norte até Serro - 88 km.
- Quinto dia: de Serro até Santo Antonio do Norte (Tapera) - 54 km.
- Sexto dia: de Santo Antonio do Norte (Tapera) até Morro do Pilar - 63 km.
- Sétimo dia: de Morro do Pilar até Ipoema - 68 km.
- Oitavo dia: de Ipoema até Catas Altas - 71 km.
- Nono e último dia: de Catas Altas até Ouro Preto - 68 km.

A viagem:

Primeiro dia: do Aeroporto de Confins até Jaboticatubas - 55 km.


Hoje, nosso primeiro dia de cicloviagem, pegamos o avião em Recife, pousamos no Aeroporto de Confins, Minas Gerais. Pousamos em Confins às 7:40h. Saímos pedalando do Aeroporto às 10h em direção à Serra do Cipó. 

A demora em partir deveu-se a montar as bicicletas e comer algo. Seguimos por estrada de asfalto e depois estradas de barro, passando pelo distrito de Lapinha, atravessando o Rio das Velhas e pegando estrada de barro até a cidade de Jaboticatubas. 

O dia foi de sol quente e vento frio. As estradas de barro estão secas, com apenas dois trechos enlameados. Passamos bem devagar e conseguimos evitar sujar a tração das bicis. 

Em Jaboticatubas, encontramos uma pousada e, depois de instalados, saímos de bike para almoçar, mais de 4h da tarde. Ainda conseguimos um excelente almoço mineiro. Daniel está se sentindo muito cansado, por isso diminuímos a quilometragem de hoje, mas o trajeto foi fácil.

Na saída do Aeroporto de Confins

Trajeto Confins - Jaboticatubas
Distância pedalada: 55 km
Velocidade média: 11,5 km/h
Vel. máxima: 48 km/h
Nível: fácil (1/5)

Altitude inicial: 866 m
Altitude final: 729 m
Horário de saída: 10h
Horário de parada: 16h
Hospedagem: Pousada Tonelli fone 31-3683-1025


Segundo dia da cicloviagem: De Jaboticatubas até Santana do Riacho - 62 km


Hoje, dia 9, tomamos um bom café da manhã - com queijo minas - na Pousada Tonelli, fizemos fotos na frente da Igreja de Jaboticatubas, nos abastecemos de água na padaria e começamos efetivamente a pedalada às oito e meia da manhã. 

Saímos de Jabó, como apelidaram a cidade, por estradas de terra em direção à cidade de Cardeal Mota. É um trecho muito bonito com distância de 35 km. Há várias pontes sobre rios e riachos e muita vegetação de grande porte. Muito bom esse trecho. 

Desembocamos em rodovia asfaltada pouco antes de Cardeal Mota. Chegamos na hora certa, pois a roda traseira da bicicleta de Macelo havia acabado de torar o segundo raio. Existe uma ótima oficina de bicicletas em Cardeal Mota, a Casa dos Ciclistas. Enquanto consertavam a bicicleta, almoçamos em um restaurante do outro lado da rua. A cidade estava cheia de turistas que vem conhecer a Serra do Cipó.

Saímos de Cardeal Mota e logo pegamos estradas de terra em direção ao objetivo do dia, a cidade de Santana do Riacho. A gente sabia que haveria uma grande ponte de ferro para atravessar um dos rios da região. Assim que chegamos na ponte, uma surpresa: a ponte enorme havia sido arrastada e torcida pela força do rio, três dias atrás. Uma tromba dágua. Naquele momento, o rio estava calmo, em seu nível normal. Uma das pessoas da região disse que daria para atravessar o rio em uma parte perto, rio acima, onde o leito era de pedras e raso. 


A ponte caiu

Chegamos na margem do rio com alguma dificuldade, mas achamos a parte com leito de pedra. Atravessamos as bicicletas e subimos para o alto onde fica a estrada. Voltamos ao trajeto normal. A estrada também é muito bonita e acompanha de perto a Serra do Cipó, com algumas vistas belíssimas daquele maciço rochoso. Impressionante. As subidas são grandes. Em alguns trechos, parece que estamos sendo cercados pelas montanhas. Encontramos um córrego com uma ponte em construção. Com um pouco de dificuldade, conseguimos atravessar pela ponte incompleta.

Quando já avistávamos a cidade de Santana do Riacho, faltando algo como cinco quilômetros, Daniel - que estava um pouco atrás, uns quinhentos metros atrás, errou o caminho e saiu da estrada principal, mais larga. Esperamos por ele muito tempo sem saber o que havia acontecido. Macelo voltou para procurá-lo e nada. Usamos os apitos e nenhuma resposta. Ainda era dia claro, quase seis horas da tarde aqui em Minas, mas logo ia começar a escurecer. Decidimos ir para a cidade e encontrar um carro para voltar procurando por ele. 

Macelo logo conseguiu uma picape e ia com o motorista solidário procurar Daniel. Eu iria ficar na entrada da cidade esperando. Quando ia descendo para a entrada, encontramos Daniel subindo. O caminho que ele havia pego por engano não tinha saída e ele voltou todo o trajeto errado, algo em torno de 3 km.

Enfim, encontramos um quarto na Pousada Três Corações aqui em Santana do Riacho.

Trajeto Jaboticatubas - Santana do Riacho
Distância pedalada: 62 km
Velocidade média: 10 km/h
Vel. máxima: 60 km/h
Nível: moderado (2/5)

Altitude máxima: 926 m
Altitude inicial: 729 m
Altitude final: 757 m
Hora de saída: 8:30h
Hora de chegada: 18:00h

Hospedagem: Pousada Três Corações

Terceiro dia de viagem: de Santana do Riacho até Congonhas do Norte - 63 km


Ontem à noite, jantamos na própria Pousada Três Corações em Santana do Riacho e logo fomos dormir. Daniel Bretas decidiu não continuar pois o terreno é de muitas subidas. De manhã, após o café, Daniel foi para a praça da cidade pegar o ônibus para Belo Horizonte. 

Depois de lubrificar as bikes e abastecer de água, eu e Macelo começamos a longa subida da Serra do Cipó propriamente dita. 

De cara, enfrentamos 10 quilômetros de subida até a entrada de Lapinha da Serra. Por conta de dois raios quebrados (novamente) entramos para Lapinha, mas a gente pretendia passar direto. Lá conseguimos trocar os raios na oficina de Bruno. Depois da troca e abastecidos de água, seguimos para cruzar a Serra. A gente sabia que ia ser difícil mas não imaginou que é quase impossível. 


Olha o paredão da Serra do Cipó na nossa frente!

A travessia da Serra do Cipó é extremamente difícil de ser feita, especialmente com bagagens. A estrada é uma trilha de pedras impossível de pedalar em muitos trechos. Empurramos bastante as bikes. Mesmo depois de passar a parte mais alta e difícil da Serra, os caminhos ainda continuam difíceis. Levamos horas lá em cima, sem sinal de gente ou de casas. 

Muitas horas cansativas depois, avistamos os primeiros telhados do povoado de Extrema, lá embaixo. A paisagem é belíssima, com a Serra do Cipó à esquerda e a Serra do Intendente à direita, mas não recomendo a travessia para os cicloturistas.

Em Extrema, nos abastecemos de água, comemos biscoitos com refrigerantes. Daí em diante, foi fácil chegar a Congonhas do Norte por um belo caminho. Terminamos o pedal por volta das sete horas da noite e encontramos hospedagem no Hotel Xodó. Mais tarde, jantamos no próprio hotel.

Trajeto Santana do Riacho - Lapinha da Serra - Serra do Cipó - Congonhas do Norte
Distância pedalada: 63 km
Velocidade média: 8 km/h
Vel. máxima: 57 km/h
Nível: extremamente difícil (5/5)

Altitude máxima: 1.470 m
Altitude inicial: 757 m
Altitude final: 1.031 m
Horário de saída: 9h
Horário de parada: 19h

Hospedagem: Hotel Xodó

Quarto dia de viagem: de Congonhas do Norte até Serro - 88 km


Logo de manhã, lavamos e lubrificamos as bicicletas na frente do Hotel Xodó, no qual pernoitamos. No dia anterior, estávamos muito cansados para realizar essa tarefa diária.

A partir de Congonhas do Norte, poderíamos ter ido para Diamantina, nosso pensamento inicial. Mas devido ao carnaval na cidade que diziam ser muito movimentado, preferimos nos dirigir diretamente para a cidade de Serro, desviando da agitação carnavalesca.

Bikes arrumadas, café da manhã, fotos na principal igreja de Congonhas do Norte e saímos. Pedalamos inicialmente por uma bela estrada de terra. Tivemos um pneu furado na bicicleta de Macelo e paramos para trocar a câmara. Na localidade de Costa Sena, encontramos uma bela igrejinha, fotografamos, e paramos para fazer um lanche e abastecer de água. Eu havia traçado esse trajeto na noite anterior usando os mapas do Tracksource. Mas depois de Costa Sena, o Tracksource indicava um caminho inexistente (ou que não conseguimos encontrar. Voltamos e seguimos por um outro caminho indicado no gps e existente no mundo real. 


Igrejas de Minas Gerais

Essa estrada contorna e cruza um enorme morro. No meio desse caminho, encontramos um belo rio de águas limpas e uma comunidade de poucas ruas e casas. Macelo perguntou a algumas pessoas onde haveria um lugar para almoçar, disseram que por ali não havia. Paramos um pouco adiante, na rua, para corrigir algo nas bagagens, então veio um menino e disse que a mãe dele estava nos chamando para almoçar na casa dela. Aceitamos, fomos para a casa da Eliana e almoçamos lá. Panelas sobre um fogão à lenha, nos servimos e comemos conversando com Eliana e sua família.

Saímos de lá e pegamos uma enorme subida que parecia não acabar. Depois do subidão, a estrada voltou à normalidade de subidas e descidas razoáveis. 

Como previsto, desembocamos na rodovia que liga Presidente Kubitschek a Serro. Nesse ponto, seguiríamos para o Serro. Mas a minha bicicleta estava com vários raios quebrados novamente. Descemos, e é realmente uma enorme descida, até a cidade de Kubitschek. Encontramos uma loja e oficina de bicicletas. Em vez de trocar os raios quebrados, decidimos trocar a roda pois a minha roda e seus raios não estavam adequados ao nível de dificuldade daquelas estradas. Colocamos uma roda mais robusta com raios mais grossos.

Abastecemos de água e subimos tudo que havíamos descido. Seguimos para o Serro por estrada asfaltada que, em geral, é mais chato de fazer do que as belas estradas de terra. Chegamos ao serro depois das seis e meia da noite e conseguimos um quarto na Pousada do Queijo. Depois do banho, saímos para comer nas ruas belas, antigas e históricas do Serro. Rolava um carnavalzinho em uma das ruas, mas ficamos longe da barulheira. Depois do jantar, sono profundo.

Trajeto Congonhas do Norte - Presidente Kubitschek - Serro
Distância pedalada: 88 km
Velocidade média: 11 km/h
Vel. máxima: 60 km/h
Nível: moderado (2/5)

Altitude máxima: 1.279 m
Altitude inicial: 1.031 m
Altitude final: 784 m
Horário de saída: 8:30h
Horário de parada: 18:30h

Hospedagem: Pousada do Queijo

Quinto dia: de Serro até Santo Antonio do Norte (Tapera) - 54 km


O dia começou com uma pedalada leve pela cidade do Serro, para ver as belas igrejas e comprar água e querosene (este para limpeza das trações). Limpamos e lubrificamos as trações das bicicletas e saímos na direção de Alvorada de Minas. Este trecho é de asfalto, seguro e sem problemas. Em Alvorada, fizemos um lanche rápido, fotografamos as igrejinhas e seguimos para Itapanhoacanga, por estradas de terra. 


Estradinhas reais de Minas

Apesar de ser uma estrada com boas paisagens e fazer parte do Caminho dos Diamantes, a localidade de Itapanhoacanga não vale uma visita, inclusive com a única igreja antiga do lugar caindo aos pedaços, sustentada por escoras de madeira.

Não havia lugar para almoçar, então fizemos outro lanche e seguimos para Santo Antonio do Norte, também conhecido como Tapera, por estrada de terra.

Este trecho é muito difícil. São subidas imensas, com muitas pedrinhas, o que não dá tração nos pneus. São cerca de 11 km somente subindo, muitos deles empurrando a bicicleta com bagagem pois não condição nem força para subir no pedal. A paisagem dessa serra é bela, mas não sei se vale a pena o  tremendo esforço físico. Chegando enfim ao topo da serra, começa uma descida de cerca de 3 km até a localidade de  Santo Antonio do Norte (Tapera). Este trecho de descida é pelo meio de uma mata, muito bonito. 

Em Tapera, logo encontramos quarto na Pousada Tapera Real. Lavamos as bicicletas e as roupas, jantamos na própria pousada, muito bem recebidos pelo dono, Fabiano, conhecido como Bolão.

Trajeto Serro - Itapanhoacanga - Santo Antonio do Norte (Tapera).
Distância pedalada: 54 km
Velocidade média: 8 km/h
Vel. máxima: 67 km/h
Nível: muito difícil (4/5)

Altitude máxima: 1.078 m
Altitude inicial: 784 m
Altitude final: 700 m
Horário de saída: 9:30h
Horário de parada: 17:00h

Hospedagem: Pousada Tapera Real fone 31-3868-5023

Sexto dia: de Santo Antonio do Norte (Tapera) até Morro do Pilar - 63 km


Neste dia, saímos da Pousada Tapera Real, fizemos algumas fotos nas igrejinhas da vila e seguimos por estrada de terra na direção de Córregos. Este trecho é belo e com altimetria razoável, ou seja, subidas pedaláveis.


Córregos - Estrada Real, Caminho dos Diamantes

Córregos é um distrito muito bonitinho, tem um belo riacho e uma bela igrejinha. Fotografamos e seguimos. A estradinha de terra continua legal, mas por fim desemboca em uma larga estrada de terra, preparada para ser asfaltada e, finalmente chega-se a uma rodovia. Por ela, entramos em Conceição do Mato Dentro.

Era uma quarta-feira de cinzas por volta do meio-dia e a cidade parecia estar acordando ainda, e de ressaca. Paramos em um posto de gasolina para perguntar onde haveria algum restaurante para almoçarmos e o frentista perguntou de volta: hoje? Deu vontade de falar que não, não queríamos almoçar hoje, somente amanhã...

A bici de Macelo estava com um raio quebrado e encontramos duas oficinas de bike na cidade, mas nas duas o mecânico ainda não havia chegado do carnaval... Deixamos o raio sem conserto (e ele continuou quebrado até o final da viagem em Ouro Preto) e almoçamos em um self-service da cidade.

Sol quentíssimo e calor, saímos da cidade por rodovia com subida de 2 km. ao final da subida, estrada de terra agradável e sombreada. Logo começaram umas descidas imensas. É bom descer, mas a gente fica logo preocupado sabendo que quando se desce muito, logo, logo vai se começar a subir muitíssimo. Exatamente isso, descemos quilômetros e subimos quilômetros. com o sol e o calor, esse segundo trecho do dia foi muito cansativo. Havia, ainda, muito movimento nas estradinhas, pois há mineradoras atuando na região.

No final da tarde, chegamos a Morro do Pilar e conseguimos quarto na Pousada Indaiá. Um pouco cansados e com fome, deixamos a manutenção das bikes para o dia seguinte, e saímos para jantar e tomar sorvete.

Trajeto Santo Antonio do Norte (Tapera) - Córregos - Conceição do Mato Dentro - Morro do Pilar
Distância pedalada: 64 km
Velocidade média: 9 km/h
Vel. máxima: 49 km/h
Nível: difícil (3/5)

Altitude máxima: 870 m
Altitude inicial: 700 m
Altitude final: 624 m
Horário de saída: 8:30h
Horário de parada: 18:00h

Hospedagem: Pousada Indaiá

Sétimo dia: de Morro do Pilar até Ipoema - 68 km


Café da manhã, depois limpeza das bicicletas. O cicloturismo incorpora uma série de trabalhos diários: manutenção das bicicletas, especialmente do sistema de tração (corrente, catracas e coroas), lavagem das roupas usadas, a busca por lugares de comer e de dormir.

Abastecidos de água, saímos da cidade e seguimos por estrada de terra na direção de Itambé do Mato Dentro. durante alguns km, a estrada ainda tem bastante movimento dos carros das mineradoras, mas assim que entramos em uma fazenda não há mais a presença deles. Essa fazenda que é atravessada pela estrada tem, inclusive, uma criação de búfalos. A gente já sabe da personalidade de bois e vacas, eles tem medo dos humanos e se afastam aos nossos berros de "ê boi". Mas como não conhecemos a personalidade dos búfalos (serão agressivos?) nem paramos para fotografar, passamos rapidinho.


Marte, o Planeta Vermelho

Chegamos em Itambé do Mato Dentro e logo encontramos um self-service com fogão à lenha, uma comida deliciosa. Paramos, comemos, descansamos um pouco antes de enfrentar o período da tarde, sempre muito mais quente, e a gente mais pesados e mais lentos.

Saímos de Itambé com sol tinindo e logo pegamos as inevitáveis subidas e descidas mineiras. Em um trecho, tivemos a sorte de encontrar uma pequena represa com um cano de água permanente, onde nos refrescamos. 

Por fim, chegamos à Ipoema e logo encontramos uma boa pousada. Como chegamos relativamente cedo, lavamos as bicicletas, especialmente a tração. Banho tomado e saímos para almoçar na casa da Dona Sílvia. Esse jantar foi conseguido pela dona da pousada pois restaurante e lanchonete da cidade fecham à noite. A dona Sílvia serve jantar na casa dela aos possíveis interessados. Ainda demos uma voltinha pela praça da cidade, depois pousada e sono.

Trajeto Morro do Pilar - Itambé do Mato Dentro - Ipoema
Distância pedalada: 68 km
Velocidade média: 9 km/h
Vel. máxima: 55 km/h
Nível: moderado (2/5)

Altitude máxima: 928 m
Altitude inicial: 624 m
Altitude final: 612 m
Horário de saída: 8:40h
Horário de parada: 18:20h

Hospedagem: Pousada Maravilha Real fone 31-3833-9106

Oitavo dia: de Ipoema até Catas Altas - 71 km


Logo após o café da manhã na Pousada Maravilha Real, conversando com Aparecida, a dona da pousada, seguimos até a pracinha da cidade para abastecer de água e tirar fotos em frente à principal igreja.

Saímos da cidade em direção a Bom Jesus do Amparo, trajeto que é feito com tranquilidade por rodovia asfaltada. Em Bom Jesus, abastecemos de água e visitamos a bela igrejinha da cidade, que estava aberta. Na saída de Bom Jesus, encontramos um rapaz que é guia turístico na região e conversou com a gente sobre a viagem, nossos trajetos e sobre outros ciclistas que ele conheceu passando por lá.


Na chegada à Catas Altas

De Bom Jesus do Amparo, seguimos por estradas de terra e asfalto até Cocais

Uma viagem, de qualquer tipo, sempre implica em escolhas. Ou isto ou aquilo, como no poema de Cecília Meireles. Sabendo da beleza de Catas Altas, nosso objetivo final, e querendo chegar lá ainda com a luz do dia para poder apreciar a cidade, fizemos alguns trechos desse trajeto por rodovia asfaltada.

Em Cocais, encontramos um local que servia refeições e almoçamos. Descansamos um pouco e seguimos para Barão de Cocais. Daí em diante, pouco depois, começamos a ver a belíssima e imponente Serra do Caraça à nossa direita. Observe que a presença da Serra do Caraça nos acompanhou por muitos quilômetros e horas, tanto no oitavo dia quanto no dia seguinte.

Em Minas, tendo conhecido a beleza das Serras do Cipó, do Intendente, de São José (em Tiradentes) e, agora, a Serra do Caraça, fico tentado a afirmar que a mais bela é a Serra do Caraça. Dúvida cruel.

 Em seguida, evitamos a entrada para Santa Bárbara e seguimos direto para Catas Altas, onde chegamos às quatro e meia da tarde. A praça principal da cidade com sua igreja matriz, a amplitude de espaço, o cruzeiro e o chafariz, tudo isso aos pés da massa rochosa do Caraça, tudo isso, ainda, banhado pela bela luz do final da tarde, tornou nossa viagem ainda mais marcante.

Passamos algum tempo admirando e fotografando a praça, a igreja e a serra, depois descemos e logo encontramos uma boa pousada, nosso quarto com vista para a serra. Banho e logo saímos para admirar mais um pouco a beleza da cidade. Passeamos pela praça, uma cerveja em um dos restaurantes de lá, conversando com um morador da região. Uma volta pela cidade, encontramos um restaurante com mesinhas na calçada, em frente a outra pracinha e, por fim, jantamos lá enquanto escurecia.

Depois disso, Macelo voltou para a pousada e eu ainda fui curtir um pouco mais a cidade à noite e a visão da imensa serra na escuridão.

Trajeto Ipoema - Bom Jesus do Amparo - Cocais - Barão de Cocais - Catas Altas.
Distância pedalada: 71 km
Velocidade média:12 km/h
Vel. máxima: 64 km/h
Nível: moderado (2/5)

Altitude máxima: 924 m
Altitude inicial: 612 m
Altitude final: 772 m
Horário de saída: 8:40h
Horário de parada: 16:30h
Hospedagem: Pousada Solar dos Guarás

Nono e último dia: de Catas Altas até Ouro Preto - 68 km


Saímos da Pousada dos Guarás, em Catas Altas, passamos na praça da cidade para mais algumas fotos e seguimos por estradas de terra na direção de Morro da Água Quente. Muito bonito este primeiro trecho pois segue acompanhando de perto o pé da Serra do Caraça.

Depois do Morro da Água Quente, o trajeto continua por um trecho inseguro de rodovia asfaltada. Muito ruim esse trecho, uma rodovia estreita e sem nenhum tipo de acostamento, os veículos passam muito perto das bicicletas. Voltamos a respirar quando o trajeto sai do asfalto e entra por uma inusitada estrada de pedra. É uma estrada de rocha alaranjada, em subida, com alguns degraus no caminho, mas completamente pedalável. Essa mesma estrada vai adquirindo mais vegetação e se transformando em uma estradinha de terra normal.


Estrada de pedra

Daí em diante, passamos pela localidade de Santa Rita Durão - com duas belas igrejas, por Bento Rodrigues e logo chegamos em Camargos. Há uma bela igreja com escadaria. Logo após, ainda em Camargos, encontramos um lugar para almoçar. Ainda havia, no lugar, umas cadeiras de balanço para o descanso dos clientes. 

Saindo de Camargos ainda pegamos muitas subidas e começamos a nos aproximar de Mariana. Desembocamos em uma rodovia asfaltada, entramos na cidade e fomos até o centro histórico para fotos juntos às principais igrejas centenárias.

Saímos de Mariana para o último trecho da viagem: a dureza da subida de 12 km até Ouro Preto. É uma longa subida e bastante inclinada, asfaltada, mas fizemos todo o trecho pedalando. Tivemos sorte de ser sábado e haver menos movimento de veículos na rodovia.

Por fim, com grande alegria, chegamos na Praça Tiradentes em Ouro Preto, às cinco e meia da tarde ensolarada. Paramos imediatamente em um bar com mesinhas na calçada, ao sol do final da tarde, e tomamos um delicioso chopp gelado para comemorar. Na verdade, o início das comemorações do término de uma marcante cicloviagem.

Depois do chopp, mais fotos na Praça Tiradentes. Logo encontramos uma pousada perto da Igreja das Mercês de Baixo, banho, e saímos para curtir um pouco a cidade. Compramos os filmes plásticos para embalagem das bikes e, mais tarde, um jantar comemorativo no Bené da Flauta.

No dia seguinte, domingo, embalamos as bicicletas, conseguimos um carro para nos levar até o Aeroporto de Confins e, depois desses preparativos para a volta, saímos pela cidade. Experimentamos, mais uma vez, a cerveja Mr. Tugas (de Juiz de Fora) lá no Empório dos Meninos. Depois, subimos para o almoço comemorativo na Casa do Ouvidor. 

Por fim, o carro do Sr. Lalau veio nos buscar, colocamos bikes e bagagens, fomos para Confins de onde pegamos o avião de volta para o Recife. Fim!

Trajeto Catas Altas - Morro da Água Quente - Camargos - Mariana - Ouro Preto.
Distância pedalada: 68 km
Velocidade média:10 km/h
Vel. máxima: 57 km/h
Nível: moderado (2/5)

Altitude máxima: 1.162 m
Altitude inicial: 772 m
Altitude final: 1.139 m
Horário de saída: 8:30h
Horário de parada: 17:30h

Hospedagem: Pousada dos Bandeirantes

Mais fotografias:


 Embalagem

 A caminho de Jaboticatubas

A caminho de Jaboticatubas

 Na saída de Jaboticatubas

 Na saída de Jaboticatubas

 A caminho de Santana do Riacho

 Já se vê a imensa Serra do Cipó

 A caminho de Santana do Riacho

 A ponte foi arrastada pelas águas

 Travessia do rio - A caminho de Santana do Riacho

 Estradinhas de pedra - A caminho de Santana do Riacho
Serra do Cipó

 Travessia da Serra do Cipó

 O paredão - Travessia da Serra do Cipó

 Travessia da Serra do Cipó

 Travessia da Serra do Cipó

 Travessia da Serra do Cipó

 Travessia da Serra do Cipó

 Travessia da Serra do Cipó

 Travessia da Serra do Cipó

Travessia da Serra do Cipó - bonito mas difícil

 Congonhas do Norte

 A caminho do Serro

 A caminho do Serro

A caminho do Serro

 Serro

 Alvorada de Minas

 A caminho da Tapera

 A caminho da Tapera

A caminho da Tapera

 A caminho do Morro do Pilar

A caminho do Morro do Pilar

 A caminho de Ipoema

 A caminho de Ipoema

 A caminho de Ipoema

 A caminho de Ipoema

A caminho de Ipoema

 Ipoema

 Catas Altas

 Catas Altas

 Catas Altas

Catas Altas

 Catas Altas

 Em direção à Mariana

 Mariana

 Mariana

 Chegada em Ouro Preto

Chegada em Ouro Preto

Aeroporto de Confins

Um comentário:

  1. Muito bacana o relato da travessia de vocês!
    Eu e meu marido somos ciclistas e temos vontade de fazer algo assim.
    Somos de Minas e sempre pedalamos na Serra do Cipó. É morro que não acaba mais!
    E vocês pedalaram demais da conta! Deu gosto de ver!
    :D

    ResponderExcluir